Bate-bola – Alan Santos
A tecnologia tem tido papel importantíssimo durante a pandemia do novo coronavírus,
especialmente no mercado de trabalho. Todos precisam recorrer às plataformas digitais
para se manter conectados, devido ao distanciamento social. Conversamos com nosso
coordenador de TI, Alan Santos, sobre esse assunto. Há três anos na Larco, ele tem
presenciado essa grande demanda pela área como parte da estratégia da empresa.
“Consegui unir minha paixão por projetos e minha ampla experiência em TI na área de
petróleo e gás à expertise da Larco, uma empresa que acredita em tecnologia para
impulsionar suas atividades”, conta. Além de comentar esse panorama, Santos
explicou algumas das principais ações que estão sendo realizadas para manter a
organização em pleno funcionamento e também deu dicas para quem está em home
office.
LARCO NEWS: Por conta do novo coronavírus, diversas tecnologias estão sendo
utilizadas, desenvolvidas ou testadas para combater a pandemia, a exemplo de
drones para desinfecção de áreas de difícil acesso na China ou até mesmo robôs
para entrega de comida em quartos de hotel chineses. Qual o papel da tecnologia
nesse momento?
ALAN SANTOS: O papel da tecnologia neste momento é o de buscar e prover
soluções para atender as necessidades específicas e próprias de cada situação. Ela
consegue incrementar as habilidades da empresa de forma a interligar suas atividades,
organizando o atendimento às demandas e correspondendo às expectativas dos
clientes.
LN: Na Larco, a área de TI tem sido bastante demandada para manter o serviço
da empresa em pleno funcionamento e apoiar as equipes que estão em home
office. Como tem sido esse trabalho?
AS: O regime de home office adotado pela Larco durante a pandemia buscou garantir a
continuidade dos serviços sem colocar em risco seus trabalhadores. Nesse sentido, a
área de TI, com o apoio da diretoria e seus gestores, está diuturnamente buscando
prover soluções de tecnologia com segurança, rapidez e transparência, para não
interromper a prestação de serviços no âmbito em que a organização atua. Algumas
das ações de TI para oferecer suporte às equipes que estão em home office são a
elaboração de um plano estratégico na área de TI para o atendimento das novas
demandas que surgiram em razão do novo cenário; configuração de todos os
equipamentos que foram relocados da sede para home office; aquisição de novos
equipamentos para garantir a continuidade das atividades, transferência das licenças
dos equipamentos que ficaram na sede para os equipamentos que foram adquiridos e
orientação aos funcionários sobre como trabalhar com segurança em home office.
LN: A necessidade de isolamento social forçou o distanciamento entre as
pessoas e a rápida digitalização de empresas e processos que ainda se apoiavam
bastante no offline. Como a tecnologia pode ajudar nessas horas?
AS: A tecnologia abraça a necessidade no momento em que se coloca como
ferramenta simplificadora dos processos da organização. Ela amplia o alcance da
informação e produz melhorias em diferentes serviços que venham a ser oferecidos. A
Larco, por exemplo, passou por uma grande adaptação em decorrência dessa
necessidade de termos funcionários em home office. Muitos dos documentos que eram
impressos e tinham grande circulação interna, hoje tramitam seguindo um fluxo. São
digitalizados e integrados através do uso de ferramentas como o ERP e o e-mail.
LN: Quais têm sido as maiores dificuldades enfrentadas por quem está
precisando da tecnologia na crise, seja para falar com a família, estudar ou
trabalhar?
AS: Não há como falar deste assunto sem admitir o grande distanciamento que existe
entre quem tem acesso à tecnologia e quem não tem. Hoje, a maior dificuldade é lidar
mais uma vez com a desigualdade social, um problema secular que se faz presente
quando falamos de tecnologia, quer seja para estudar, trabalhar, ou comunicar-se com
um familiar. Não ter acesso a ela, sem dúvida, é a maior dificuldade enfrentada por
muitas pessoas. Mas para quem já tem acesso à tecnologia, com certeza o mais difícil
é adaptar-se ao uso das ferramentas disponíveis sobrepondo-as ao distanciamento
físico. Nós, principalmente os brasileiros, estamos inseridos em uma cultura de muito
contato físico e percebemos essa necessidade quando nos deparamos com pessoas
que acabam adoecendo e se tornando deprimidas em razão de não conseguir conviver
com o isolamento. Entre as dificuldades que estão sendo superadas, podemos citar o
uso da tecnologia nos hospitais para que pacientes com covid-19 continuem mantendo
contato com seus familiares. Ou então artistas que conseguiram continuar conectados
a seu público através de plataformas digitais, além de redes solidárias criadas para
ajudar pessoas de baixa renda com a ajuda de dispositivos tecnológicos.
LN Tem alguma dica para facilitar o home office e ajudar na comunicação entre
as equipes?
AS: Hoje em dia, com a transformação digital nas organizações, algumas soluções são
implementadas e ajudam na colaboração entre equipes. A principal dica é seguir as
orientações da TI da organização. Na Larco, utilizamos a solução Microsoft 365, que
traz diversas ferramentas, entre elas o e-mail, chat, chamadas de vídeos e
agendamento de reuniões. Isso possibilita a comunicação entre os colaboradores,
clientes e fornecedores. Fugir delas, além da falta de centralização dos processos,
pode acarretar problemas, inclusive de segurança para a organização. Outras dicas
podem e devem ser abordadas, como ter um local reservado para a execução das
atividades; criar uma rotina de trabalho com as atividades do dia; respeitar os horários
de início, fim e intervalos; manter contato com seus colegas de trabalho; se preocupar
com a ergonomia e não acessar sites que possam provocar dispersão e prejudicar a
sua rotina.
LN: Por conta das consequências da pandemia, como você acha que será a
relação das pessoas com a tecnologia no futuro?
AS: As pessoas já estão mergulhadas na era digital, ainda que não tenham se dado
conta disso. Mesmo antes da pandemia atingir o mundo, já utilizavam a tecnologia para
atender diversas necessidades que dispensavam o contato físico, a exemplo de fazer
cursos, efetuar compras, ler livros, realizar pagamentos, visitar locais que estão a
quilômetros de distância, etc. A maior questão quando se trata de tecnologia e futuro é
conseguir acompanhar a rapidez com que ela evolui, estar atento aos avanços
tecnológicos e à fragilidade da segurança das muitas ferramentas que são utilizadas.
Quanto à adaptação das pessoas no que diz respeito à vida profissional, afirmo que a
pandemia apenas antecipou a implantação de projetos de uso tecnológico que já
estavam previstos, ou seja, mais cedo ou mais tarde utilizaríamos a tecnologia para
tratar as informações que circulam no ambiente. O que não se contava é que os
processos precisariam ser implantados em tempo recorde em razão do infortúnio no
qual o mundo se encontra. Não podemos retroceder, nossas demandas são exigentes
e não existirá outro caminho a não ser o de se aprimorar para otimizar nossos
processos.